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Criança é Rima de Esperança

O Poeta, tomando como ponto de partida fotografias de crianças denuncia, de forma flagrantemente maniqueísta, a oposição entre a pureza original desta e a sordidez de um mundo maléfico que busca destruí-la (v. páginas 17 e 21).

Surge, no entanto, aqui e além, a luz da esperança plasmada num sorriso infantil (v. página 22) ou na paz que só a criança poderá trazer ao mundo (v. página 52).

É a visão de um mundo cruel que faz nascer uma entusiasta exortação, através da palavra poética, ao espírito de solidariedade humana como tentativa de fuga a um duro cinismo perante a realidade (v. páginas 31 e 33).

Preenche-se, assim, este livro da genuína vontade de instituir um novo mundo onde os valores de paz, justiça e prosperidade sejam vividos com verdade.

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Conheça o autor

"António Manuel Couto Viana nasceu em Viana do Castelo a 24 de Janeiro de 1923, filho de um ilustre minhoto e de uma asturiana, e morreu em Lisboa a 8 de Junho de 2010. Poeta, dramaturgo, contista, ensaísta, memorialista, tradutor, gastrólogo e autor de livros para crianças, foi também empresário teatral, director artístico, encenador e actor. Publicou meia centena de livrops de poesia e cerca de oitenta títulos de outros géneros literários. Dirigiu e encenou durante três décadas mais de duzentos espectáculos de teatro infanto-juvenil, de teatro para adultos, de ópera e opereta. Obteve, tanto pela sua obra poética e literária como pela actividade artística, numerosos prémios. Dirigiu, com David Mourão-Ferreira e Luís de Macedo, as folhas de poesia de Távola Redonda (1950/1954) e foi director da revista de cultura Graal (1956/1957). Participou em alguns filmes portugueses e estrangeiros, em dezenas de peças para a televisão e teve vários programas culturais na RTP e na Rádio. De 1986 a 1988, viveu em Macau, onde exerceu funções docentes no Instituto Cultural. Fez parte, até à sua morte, da Comissão de Leitura para a Educação e Bolsas, da Fundação Calouste Gulbenkian. A sua poesia está traduzida em espanhol, inglês, francês, alemão, russo e chinês."
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Local de Edição:

ISBN

972-97660-2-9

Apresentação Gráfica/Paginação

Digitação

Prefácio

É uma grande responsabilidade prefaciar uma obra do meu poeta vivo preferido… Desde criança que me lembro de gostar das suas poesias, mas neste caso trata-se de “poesias de combate”, as que eu prefiro. A luta em defesa das crianças é a luta pelo nosso futuro. E, desde que tenho filhos, a palavra “futuro” tem um significado muito diferente para mim. Imagino que tal sucederá com todos os pais, e especialmente com os pais das crianças que são arrancadas às suas famílias e lançadas à guerra, ao trabalho escravo e à prostituição.
E todos nós temos culpa, porque exigimos aos nossos governos mais auto-estradas e não que tomem medidas firmes contra a opressão das crianças, em Portugal e no estrangeiro.
De resto, as nossas belas pontes são também construídas com o trabalho escravo dos imigrantes clandestinos, assim como os tapetes e outros produtos importados, frequentemente produzidos por crianças escravas.
Deus queira que as fotografias e as poesias desta bela obra de António Manuel Couto Viana consigam abrir a inteligência e os corações dos seus leitores!

Dom Duarte de Bragança

Excertos

17

Ó mundo de dor e horror:
A mão que traça o destino
o riso deste menino
Dá-lhe o ódio por ensino,
Não o amor!

21

A boneca sem braços não abraça:
É como uma criança mutilada…
Vinda de quê? Do lixo, da desgraça.
Para quê? Para nada.

22

Se as crianças sorriem com agrado
É que nem tudo se perdeu:
Há luz ainda em qualquer lado
Para ser sol em todo o céu.

52

A estrada não acaba frente a um muro,
Segue sem fim, serena e franca,
Se este menino caminhar para o futuro
Com o pão na sacola e uma bandeira branca.

31

Aqui tens um brinquedo para brincar!
Presta atenção;
Quando o souberes perfeitamente usar
Estás apto a matar
O teu irmão.

33

O menino trocou as suas colecções
De tampas de gasosas, de botões,
Dos jogos divertidos e inocentes,
Por uma colecção de balas!
Homem, que és pai: porque te calas
E consentes?

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