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Sem as «Madeleines» de Proust

Após o belo prefácio de Alberto Abreu, os quarenta e sete poemas desta obra distribuem-se por três partes.

Os trinta poemas que constituem a primeira parte, intitulada “De perto e de Longe”, pode ser integrada na denominada literatura de viagens. Dela constam poemas inspirados em lugares/acontecimentos marcados pela proximidade geográfica (Lisboa ou Viana), mas também outros que remetem para exóticas e distantes paragens, Marrocos ou a Grécia, México ou a Patagónia, para apenas referir alguns exemplos.

A segunda parte, “Avena Rústica”, constituída por dez poemas, canta as origens rústicas do seu autor e é dedicada à região altominhota, aos seus patronos (“Nossa Senhora das Neves” ou “Promessa e Louvor”), aos usos e costumes desta região (“Vindimas da minha terra” e “Samiguel Minhoto”), às suas gentes (“O motard bacano”).

Nos sete poemas da terceira parte, “Personagens Típicas de Vila de Punhe”, o autor presta tributo a personagens, suas conterrâneas, que se destacaram pelas mais diversas atividades – música, poesia, mendicidade, venda ambulante…

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Conheça o autor

"AMADEU RODRIGUES TORRES nascido em 1927, em Vila de Punhe, Viana do Castelo, estudou nos seminários diocesanos de Braga. Uma doença súbita e grave colocou-lhe em risco a vida e a prossecução dos estudos, tendo sido internado no sanatório de Coimbra, onde escreveu grande parte dos seus poemas juvenis. Estudioso afincado e inquieto, além da poesia ( que assina com o pseudónimo CASTRO GIL), ocupou as horas de ócio em estudos linguísticos e literários. 30 anos mais tarde licenciou-se em Filosofia e pouco depois se doutorou com tese sobre Damião de Góis. Tem uma obra imensa. Logo na convalescença, em 1948, editou O meu Caminho é este e O sonho de um castelo, que foi Prémio Nacional de Poesia. Seguiram-se-lhe inúmeras outras obras. Entre elas destacamos: Auto Alegórico das Rosas, (com música de A. Lapa) Coimbra, Quinta dos Vales, 1950; Dia de Anos (com música para coro a 5 v.m. de M. Faria Borda), Braga, 1953; Barcarola (com música a 4 v.m. de M. Faria Borda), Braga, 1954; Vaticanum Alterum (ode sáfica, 1962 e versão portuguesa) Braga, Ed. Humanitas, 1963; Dulce Lovanium (ode alcaica e versão portuguesa), Braga, Ed. Humanitas, 1971; Hino de S. Tomás de Aquino (1944) com música de Benjamim Salgado, Braga, Ed. Humanitas, 1974; Carmen Fatimale ( em 8 línguas, musicado para coro e orquestra por J. Santos), Braga, Empr. Diário do Minho, 1982; Carmen Hemisaeculare (em louvor da Academia Portuguesa de História), Braga, Empr. Diário do Minho, 1987; Iubilaei Cármen in honorem Prof Costa Ramalho, Braga, Empr. Diário do Minho, 1993; Álbum de Família (Colaboração de José Torres e Alípio Torres), Braga, Barbosa e Xavier, 1995; O Sonho do Infante ( interpretado em cantata por J. Santos, para Coro e Ballet), Braga, Ed dos Autores, 1998; A Fonte de Hipocrene Cinquentando , Braga, Ed. Humanitas, 1998; Em Louvor de Viana e Outros Poemas, Braga, Ed. Humanitas, 1999; Caminhos de Emaús, Braga, Ed. Humanitas, 2000; Hino de Braga ( em colaboração com o musicólogo João Duque, para Coro e Orquestra ou Banda) , Braga, APPACDM, 2000; E Mais Mundo Não Houve , Braga, Ed. Humkanitas, 2000; Viana do Castelo e Outros Poemas / Viana do Castelo and Other Poems, Viana do Castelo, CER, 2001; E Mais Mundo Haverá / And More World There Will Be, Viana do Casstelo, CER, 2002; Antologia Poética de Castro Gil (Org. e Pref. de A.A. Abreu), Viana do Castelo, Câmara Municipal, 2002; Pelo Mundo em Pedaços Sem Partido, Viana do Castelo, CER, 2002; Quando os Longes e o Perto se Emesmaram, Viana do Castelo, CER, 2003; poemas Variação sobre um Velho Tema e Bom Jesus do Monte, musicados por J. Santos para Barítono e Órgão, Braga, 2003; Entre o Focar e o Disparar da Olympus, Viana do Castelo, CER, 2004; Acro-Ontobibliografia “in Memoriam” João Cabral de Melo Neto, Braga, Ed. Humanitas, 2004; Vila de Punhe de Ontem e de Hoje, Vila de Punhe, Ed. Junta de Freguesia, 2004; Poética em Razão Crítica, Viana do Castelo, CER, 2005; Sem as “Madeleines” de Proust, Viana do Castelo, CER, 2005; Resalutationis Carmen (ode sáfica in honorem Prof Costa Ramalho), Braga, Barbosa e Xavier, 2006; Pré-Cardápio Poetogastronómico Altominhoto, Viana do Castelo, CER, 2006; No Espólio de Juvenal e Noutros, Viana do Castelo, CER, 2006.´ (Adaptado dos textos das badanas dos livros No Espólio de Juvenal e Noutros e Antologia Poética de Castro Gil )"
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972-9397-46-5

Prefácio:

Prefácio

Que boas madeleines!

-Consegui 428!-foi o que ouvi dizer:«420».

Nelas Amadeu verteu a flor de farinha dos nossos grandes poetas: uma toada de «Oh!»s à Álvaro de Campos, um tópico de Tómas Ribeiro, acentos helénicos de Mário Cláudio, umas hortinhas de Lisboa, a lembrar as Geórgicas, a graça e simplicidade de Petrarca conjugadas com a destreza de Vasco Graça Moura, a dupla Qijote e Sancho (fundo e forma, como a prenunciar a Gestalt) de Cervantes, alguns utopemas, de Andersen e filosofemas de Kierkegaard, um tom de escrita à D.francisco Manuel de Melo (que até deixa descair um «a meu pensar»), até mesmo a aura de um Alfredo Santos que se julgava «poeta fadado».Diluiu depois num leite de metonímias onde palavras há que ressumam de conotações (como a aliterada «nubial nudez»), títulos de obras de Mário Claúdio que são outros tópicos de estilo, montezumas que flanam pelas ruas das cidades da antiga América espanhola, até o sarcasmo à actual superabundância de poesia.Juntou-lhe igual peso de outras tantas sinestesias, como as «noites coleantes» e uma oração da tarde que «sabe a roxo», etodo um calidoscópio de sensações ( auditivas, aromáticas, visuais) com sons de alaúde, aromas de de laranjeiras e uma aliterada «aflora» que« enflora»,mas em que predomina o visual , como em «cravos de vinha verde[…]/hidrângeas de sorrisos e canções,/ glicínias de oiro ao peito das donzelas», «rosas a abrirem-se em folclore e dança» e «festões de estrelas».

Outros

Badanas

Bibliografia do autor.

Contra capa

Excerto do prefácio e fotos variadas.

Excertos

FESTAS DE VIANA

«Jardim da Europa à beira-mar plantado» /-Disse Tomás Ribeiro no seu poema./«Le Pays du Soleil»-é a frase, o lema/Da doce França a olhar para este lado.

País de um sol que não se faz rogado/E de um Mar que deixou de ser problema,/Ao Norte é Viana um folclórico emblema,/Um bouquet multicor, raro igualado:

Cravos de vinho verde em borbotões,/Hidrângeas de sorrisos e canções,/Glicínias de oiro ao peito das donzelas;

Rosas a abrirem-se em folclore e danças/Nas noites da Agonia coleantes,mansas/Juncando as almas de festões de estrelas.

DÍPTICO POÉTICO DO NILO-I

O «Sherazade», lento, empaza o nilo e avança/De Luxor a Assuão, Abril,noite redonda./A Lua cheia esboça um sorriso de criança;/Melhor, de juventude a lembrar a Gioconda.

Antes de recolher às cabines do sono,/O plenílúnio é distração na água a banhos./As palmeiras das margens curvam-se em abono/Da majestade antiga de faraós tamanhos.

No deserto, à direita, sob o areal adusto,/Há câmaras reais ajoujadas de séculos,/Quando o Nilo era um deus que refrescava o busto/De Rá, povoando as margens ambas de tubérculos.

O«Sherazade»vai singrando em marcha calma,/Sulcando a História que nos prende e encanta a alma.

O TONE LUÍS

O Tone Luís de Milhões/Na cabeça tinha argueiro./Mas boa disposição/E excelente coração,/Isso nele estava inteiro.

Músico sem instrumentos/Mas timbres sempre em demanda:/Requinta, flauta,trombone,/Pratos,bombo,viola,o Tone/Valia por uma banda.

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