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Do Cisma Clerical à Patuleia em Viana do Castelo

Este ensaio aborda as divisões no seio do clero no período que se segue à extinção das ordens religiosas. Estas divisões não se limitavam aos partidários do liberalismo e aos fiéis de Roma, mas também no seio destes entre pereiristas e falperristas. Estas divisões e os conflitos a elas associados contribuíram para o clima político e social que esteve na origem do movimento da Patuleia.

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Conheça o autor

"Natural da Póvoa de Varzim, reside na freguesia de Vila Mou, Viana do Castelo, desde 1968. Sacerdote católico, ordenado em 1965, na Sé de Braga, é pároco das freguesias de Vila Mou e de S. Salvador da Torre. Licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Foi professor de História do Ensino Secundário e da Universidade Católica, encontrando-se aposentado. A última escola em que leccionou foi a Escola EB 2,3 / S de Lanheses. É autor de numerosas obras de investigação histórica sobre Viana do Castelo e o Alto-Minho. Foi agraciado como "Cidadão de Mérito" pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, em 1999."
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2- O Alto-Minho tornou-se numa das zonas mais acesas do refrido conflito. Atingiu níveis de contra-revolução e violência. No período que vai de 1838-43, já não é propriamente o absolutismo que preocupa o clero, mas sim a obediência a Roma e o problema beneficial das côngruas. No Alto-Minho o desemprego clerical era muito alto. Veja-se, que no conselho de Viana, de acordo com o quadro seguinte, 77% do clero não possuía benefício próprio e 36% compunha-se de egressos. Além disso deve ter havido uma explicação adequada e local para em 1841 o vianense Visconde da carreira ter sido escolhido para desempenhar o cargo de embaixador português na Santa Sé. Havia paróquias sem pároco, ausência de missa de preceito, fugas para a Galiza, armamento secreto, vinganças e perseguições, reuniões clandestinas. Instaurou-se um verdadeiro clima de desconfiança de guerra civil que atingia também os leigos.
Em concreto os líderes pereiristas e falperristas encontraram no Alto-Minho um ambiente propício à sementeira e florescimento das suas ideias. Encontraram resposta imediata e decidida aos seua apelos antiliberais e romanos. Sentiam-se protegidos pelos bispos e curas galegos. Por sua vez os arciprestes e alguns párocos liberais vigiavam, enviando informações ao vigário capitular de Braga, Manuel Inácio Cardoso, e para o administrador do distrito, Dr. António de Almeida Vasconcelos Castelo Branco. Aquele passava o tempo a assinar cartas demissionárias e aplicar censuras. Este, a alertar os administradores concelhios e enviar processos para o tribunal. Os juízes e dirigentes camarários não embarcavam facilmente no movimento, causando o desespero dos liberais. (pág.9)

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